Quais as possíveis transformações do mercado industrial durante esta década?
Estamos vivendo a 4ª revolução industrial, também conhecida como a revolução da comunicação. Ao longo da história da humanidade, as revoluções da indústria foram marcadas pela busca de melhor desempenho produtivo e eficiência. Cada uma no seu tempo, as revoluções abraçaram inovações da época e aperfeiçoaram os processos de modo a transformar as relações na sociedade. Hoje, não é diferente.
Todas as revoluções estão ligadas à tecnologia, a diferença na que estamos vivendo, é a velocidade com a qual tudo acontece. Com o avanço da comunicação, entre pessoas e entre tecnologias, a proporção de desenvolvimento que nos espera nas próximas décadas é muito mais acelerada que todas as anteriores. Com resultados mais rápidos, diminuímos o tempo de “teste”, identificamos problemas com mais eficiência, corrigimos com mais facilidade e reduzimos desperdício e custos em menos tempo.
Uma pesquisa realizada pelo Confederação Nacional das Indústrias (CNI) em 2017, aponta que a digitalização do processo produtivo industrial deve atingir até 21,8% das empresas até o ano de 2027. Na época da pesquisa, esse percentual era de 1,6%.
Ainda segundo o estudo, 58,7% das indústrias estariam, em dez anos, concentradas nos níveis 3 e 4 de geração tecnológica, o que quer dizer que estarão com tecnologias integradas, fábricas conectadas e processos inteligentes, podendo subsidiar gestores com informações estratégicas para a tomada de decisão. A época do estudo, 77,8% das empresas brasileiras estavam nos níveis 1 e 2, que indicam uso de TICs sem integração ou com integração parcial, resultando em automação flexível.
O que esperar dessa revolução?
Dentre as grandes mudanças para os próximos anos podemos destacar o uso mais intenso do IoT, ou a Internet das Coisas. A disseminação dessa tecnologia vai permitir uma integração mais abrangente das pessoas e dos setores, que passam a ser cada vez mais conectados via internet, o que vai possibilitar maior controle e análise dos dados, inclusive em tempo real. Vale lembrar que tudo isso já é realidade, mas como a pesquisa da CNI mostrou, deve se intensificar ainda mais na próxima década.
A aplicação da tecnologia vem também para minimizar erros que são humanos. Ou seja, essa integração vai possibilitar que problemas que um humano levaria tempo para detectar, sejam identificados com rapidez. Ou até mesmo prevenidos. Para que tudo isso se torne real, alguns fatores são fundamentais, como o crescimento da velocidade da internet e a redução de preços de dispositivos digitais. Na 4º revolução industrial, as indústrias precisarão ampliar seus investimentos, para então, minimizar seus custos.
Na prática, o que vem por aí:
- Inteligência Artificial irá expandir a capacidade de aprendizado das máquinas, criando fábricas inteligentes (mais uma vez, isso já é uma realidade, apenas será intensificada e aperfeiçoada).
- IoT na indústria, com tecnologias cada vez mais conectadas, fornecendo dados estratégicos para os gestores tomarem as melhores decisões e até prevendo problemas.
- Robôs especializados em processos, que irão ampliar o potencial de resultado a um nível que um humano não faria. Já vimos isso na primeira revolução e esse ciclo, com as óbvias diferenças, se repete aqui.
E o mercado de trabalho?
As transformações no mercado são as que já vivenciamos agora. Busca de profissionais cada vez mais qualificados, com habilidades de utilização e compreensão das novas tecnologias, independente da área de formação.
Alguns cargos como conhecemos, já não existirão mais. Outros que, talvez nem imaginamos, vão surgir. A palavra da década para o profissional é especialização. Estar em constante atualização sobre o que aparece na área e pronto para lidar com processos pioneiros dentro do ambiente de trabalho.